Borboleta
Aqueles dias de inércia. Todos já tiveram. Você para, talvez deitado na cama ou sofá, e fica num estado semi-meditativo contemplando vagamente o lugar. Os pensamentos parecem pertencer a outro mundo e tudo o que você quer e ficar ali, fazendo nada. E lá estava, fazendo nada.
Da janela podia ver as árvores balançando lá fora, e ficava imaginando quem um dia parou para ver isso. As árvores balançando. E aquele vento? Visualizou que talvez carregassem mensagens da natureza. Serpenteando por entre os galhos, capturava as mensagens e as levava para as irmãs em pontos globo.
E ela surgiu. Serpentando pela janela e cortinas. Dançando no ar como uma folha ao vento. Suas belas asas azuis quase refletiam tamanho esplendor. Veio sem acanho e pousou em suas mãos. Estas estavam postar no seu corpo e ele se assustou e estranhou aquele fato inusitado. Lentamente levantou a mão e a trouxe para mais perto do seu rosto. Sentiu algo estranho ao olhar aquelas formas azuladas tão de perto e ela não se espantar. Pensou que a conhecia há anos.
Aqueles segundos passaram rápidos e logo ela seguiu seu rumo e voou para longe. Seguiu-a no seu caminho de volta. Alguma mensagem havia sido transmitida e ele tentava entender. Recostou de novo no sofá, olhou para o teto. Aquela tarde se transforma em um enigma.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Espera
Sentia saudade daquela tarde ensolarada. Não aquela em que estava agora, olhando o sol, sentindo o calor ameno e vendo as cores avermelhadas e quentes que àquela hora trazia e ele conhecia muito bem.
Onde as mesmas pessoas passavam indo embora de mais um dia de trabalho ou escola, talvez bem menos despreocupadas que ele. As pessoas fazendo contraste com as ondas lá no fundo batendo nas pedras da praia. Ele esperava mais uma vez por outra pessoa. Uma especial. O som que as ondas faziam ecoava em seus ouvidos e sempre o relaxava um pouco. Fechava os olhos e as ouvia, e imaginava uma ilha deserta. Ela e ele nessa ilha deserta. Logo voltava a realidade olhando em volta, mas ela não aparecia mais.
Sempre se lembrava da primeira vez que a viu. Uma tarde igual como a que estava agora, voltando de algum compromisso qualquer, e a viu. Um turbilhão de emoções de quem se apaixona surgiu no seu ser. Costumava ter controle de suas emoções, mas por um instante parou, e ficou olhando aquela moça de cabelos ondulados trazendo sacolas se aproximando. Aquele vestido simples com os tons da tarde. Naquele momento só ela existia. E ela crescia e chegava mais perto.
Tentava encontrar alguma vez que se sentira assim. Pensou em alguma paixão adolescente e logo concluiu que nada chegava perto daquele aperto por dentro que estava sentindo.
Um tropeço. Frutas caíram no chão e ela em cima dele. Não se lembra ao certo o que aconteceu só se lembra que o rosto dela estava perto do seu e ele a segurava. Ela se desculpou tímida e se pôs a recolher suas compras. Ele se recompôs e a ajudou voltando ao seu jeito duro de sempre. Desculpou-se pelo que não fez, e do mesmo modo que ela apareceu, ela se foi.
Ficou parado, não sabia o que dizer, o que fazer. Queria perguntar seu nome, mas simplesmente parecia uma estátua. Ela foi sumindo naquele mar de pessoas como um navio no horizonte. Ele ficou parado mais alguns minutos olhando na mesma direção como que na esperança dela voltar e acordá-lo daquele transe. Alguém esbarrou nele, e ele despertou.
Foi embora naquele dia pensando na moça misteriosa e nos sentimentos que o atingiu. Um amortecimento percorreu seu corpo. Era como se pisasse nas nuvens no caminho. Ela não saia de sua cabeça, aquela imagem dela desfilando e chegando perto dele. Logo um medo surgiu de não a vê-la de novo.
No outro dia passou pelo mesmo lugar a procura dela, decidido a convidá-la para um café, talvez um jantar. Sentou num banco. Olhou o mar gigante a sua frente, e ficou atento ao sinal da moça. Talvez trouxesse mais sacolas e a ajudaria. Esperou. Alguns minutos que pareceram horas e ela não apareceu.
No outro dia ele repetiu o ritual e ela novamente não surgiu. “Que loucura!” – pensou. “Ela deve casada, compromissada, talvez com filhos.” Mas compareceu no mesmo lugar dia após dia.
E hoje é mais um dia. Olhando para o mesmo mar que o consola. Sentado mesmo banco, ele espera aquela que um dia conseguiu lhe modificar. Por aquela que ofereceu um sentimento único. Por aquela que poderia ter mudado sua vida de outra forma que não essa. Por aquela que chegou e não disse olá e se foi e não disse adeus.
Sentia saudade daquela tarde ensolarada. Não aquela em que estava agora, olhando o sol, sentindo o calor ameno e vendo as cores avermelhadas e quentes que àquela hora trazia e ele conhecia muito bem.
Onde as mesmas pessoas passavam indo embora de mais um dia de trabalho ou escola, talvez bem menos despreocupadas que ele. As pessoas fazendo contraste com as ondas lá no fundo batendo nas pedras da praia. Ele esperava mais uma vez por outra pessoa. Uma especial. O som que as ondas faziam ecoava em seus ouvidos e sempre o relaxava um pouco. Fechava os olhos e as ouvia, e imaginava uma ilha deserta. Ela e ele nessa ilha deserta. Logo voltava a realidade olhando em volta, mas ela não aparecia mais.
Sempre se lembrava da primeira vez que a viu. Uma tarde igual como a que estava agora, voltando de algum compromisso qualquer, e a viu. Um turbilhão de emoções de quem se apaixona surgiu no seu ser. Costumava ter controle de suas emoções, mas por um instante parou, e ficou olhando aquela moça de cabelos ondulados trazendo sacolas se aproximando. Aquele vestido simples com os tons da tarde. Naquele momento só ela existia. E ela crescia e chegava mais perto.
Tentava encontrar alguma vez que se sentira assim. Pensou em alguma paixão adolescente e logo concluiu que nada chegava perto daquele aperto por dentro que estava sentindo.
Um tropeço. Frutas caíram no chão e ela em cima dele. Não se lembra ao certo o que aconteceu só se lembra que o rosto dela estava perto do seu e ele a segurava. Ela se desculpou tímida e se pôs a recolher suas compras. Ele se recompôs e a ajudou voltando ao seu jeito duro de sempre. Desculpou-se pelo que não fez, e do mesmo modo que ela apareceu, ela se foi.
Ficou parado, não sabia o que dizer, o que fazer. Queria perguntar seu nome, mas simplesmente parecia uma estátua. Ela foi sumindo naquele mar de pessoas como um navio no horizonte. Ele ficou parado mais alguns minutos olhando na mesma direção como que na esperança dela voltar e acordá-lo daquele transe. Alguém esbarrou nele, e ele despertou.
Foi embora naquele dia pensando na moça misteriosa e nos sentimentos que o atingiu. Um amortecimento percorreu seu corpo. Era como se pisasse nas nuvens no caminho. Ela não saia de sua cabeça, aquela imagem dela desfilando e chegando perto dele. Logo um medo surgiu de não a vê-la de novo.
No outro dia passou pelo mesmo lugar a procura dela, decidido a convidá-la para um café, talvez um jantar. Sentou num banco. Olhou o mar gigante a sua frente, e ficou atento ao sinal da moça. Talvez trouxesse mais sacolas e a ajudaria. Esperou. Alguns minutos que pareceram horas e ela não apareceu.
No outro dia ele repetiu o ritual e ela novamente não surgiu. “Que loucura!” – pensou. “Ela deve casada, compromissada, talvez com filhos.” Mas compareceu no mesmo lugar dia após dia.
E hoje é mais um dia. Olhando para o mesmo mar que o consola. Sentado mesmo banco, ele espera aquela que um dia conseguiu lhe modificar. Por aquela que ofereceu um sentimento único. Por aquela que poderia ter mudado sua vida de outra forma que não essa. Por aquela que chegou e não disse olá e se foi e não disse adeus.
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