sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ajuda-me com essa poesia
A juntar palavras sobre ela
Aquele anjo caído do Céu
Que seus saudosos irmãos
Choravam enquanto partia

Ajuda-me a descrevê-la
Olhos gotas de oceano
Cabelos como sol da manhã
Não, nossas meras palavras
Se emudecem ao vê-la





quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quadriculado.
Marcas.
Sorriso.
Empatia.
Mãos juntas.
Escondidas.
Escondidos.
Cerveja.
Beijo.
Panqueca.
Presente.
Música.
Sentimento.
Lágrima.
Oceano.
Saudade.
Queda.
Fim.
!
?
Recomeço.
Morte.
Vida.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Então eu estou aqui
E você também
Me permita ser o seu espelho esta noite
E cantar em mim o teu encanto
Tua estranheza e teu espanto
Como quem sabe no fundo
Que não há distância neste mundo
Pois somos uma só alma
Me permita ser esta noite
A voz que te canta e te encanta
de si
Que te faz sentir-se e parar
Como quem volta pra casa e
resolve se amar
Somos livres e não possuímos
as pessoas
Temos apenas o amor por elas
e nada mais
E é preciso ter coragem para
ser o que somos sustentar
uma chama no corpo sem deixar
a luz se apagar
É preciso recomeçar no caminho
que vai para dentro
vencendo o medo imaginado
assegurar-se no inesperado
confiando no invisível
desprezando o perecível
na busca de si mesmo
Ser o capitão da nau
no mais terrível vendaval
na conquista de um novo mundo
mergulhar bem fundo
para encontrar nosso ser real
E rir pois tudo é brincadeira
Que cada drama é só nosso
modo de ver
A vida só está nos mostrando
Aquilo que estamos criando
Com nosso poder de crer

Luiz Antonio A. Gasparetto



Gosto mesmo...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Estrela Guia

Vai guiado pelas estrelas. Pelo deserto chamado vida, segue aquele ponto luminoso. Espera que o leve a algum lugar e não perde a esperança. Passa por todos os desafios; se machuca, sangra, adoece.
A cada dia mais fraco, mas a estrela chama. A cada dia tudo fica mais noite. Mais escuro.

Espera uma recompensa, espera um sinal, uma ajuda, mas avança. Avança como se fosse a última coisa que precisasse fazer. Passa por espinhos e lamaçais. Passa por tornados e terremotos. Tempestades. Cadê o sol? Onde está a luz do fim do túnel.

Afasta logo tudo isso da cabeça. Precisa continuar. Nem uma lágrima pode ser derramada. Nenhum cansaço, suor, cãimbra o pode parar. Nenhuma cobra ou veneno.

Tormentas, demônios, pecado. Prisão, paredes.
Caminho de pedras. Calos, pés machucados.

Mas o brilho não o deixa desistir. Cai, uma, duas, três vezes. Espera uma ajuda.
Não vem. Tem de continuar.
O ar lhe falta. O calor sufoca. Tenta correr, mas só engatinha. Escorre por entre a areia como os raros veios de água no deserto.
Espera um oásis como que último socorro.

Aquela brisa bate e conforta. Aquele vento como um sopro para toda a dor.
Por mais sobre aquele morro. Por mais sobre ele e encontrará a paz a conforto.
Últimos esforços. Últimos suspiros e forças. Se arrasta.

A mão agarra a beirada. Puxa o corpo e espia o outro lado.

Um grande vazio. A estrela parece mais longe. A miragem da vida o engana mais uma vez.
Tenta respirar fundo e puxa somente um ar de tristeza. Se põe de pé como que o último esforço.
Um pé na frente do outro e se deixa levar pelo peso do corpo e pela esperança que é a última coisa que lhe resta...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tarde Vazia


Não, não tinha tanta inspiração. Estava simplesmente na frente da mesa olhando para a tela com a representação de uma folha em branco.
Antes escrevia à moda antiga: caneta e papel. Sentia saudade às vezes, é verdade, quando se metia no seu quarto e colocava as ideias no papel.

Tentou deixar seus pensamentos levarem-no longe. Pensou em outros mundo, pensou no seu passado, presente e o possível futuro.
Pensou como poderia agir para melhorar tudo aquilo. Em tudo que poderia ter feito. Todos pensam nisso num ponto da vida. Aquele era o dele.

A vida leva a gente por caminhos estranhos, a ponto de nos fazer perguntar o que é a vida afinal (?).
E todos perguntam isso também algum ponto de suas vidas.

Pensou na chuva que caia. Como queria estar embaixo dela, sentindo aquelas lágrimas da natureza esconder as suas. Pensou que quando o sol saísse, como que se sorrisse para o mundo e dissesse que estava feliz, ele pudesse fazer a mesma coisa.
Pensou em quando chegaria a noite, e quando iria querer sair para lugar qualquer; à lugar nenhum.
Pensou em todas as estrelas que veria. E todas aquelas que cairiam e ele contaria uma a uma.
Pensou no mar, no barulho das ondas. A Lua refletida no Oceano traria lembranças.
Pensou em todas aquelas caminhadas imaginárias que teve, e que por inércia não realizou. Todas aquelas conversar que planejou e não teve coragem.
Todos os textos que já tinha começado e sua cabeça não teve força para continuar.

Aquelas tardes no canto do quarto olhando para a parede e esquecendo de viver.
Tardes de pensamentos quase perdidos. Tardes perdido em pensamentos.

Olhava para folha digital em branco. Olhava para o nada.
Era nada.