sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tarde Vazia


Não, não tinha tanta inspiração. Estava simplesmente na frente da mesa olhando para a tela com a representação de uma folha em branco.
Antes escrevia à moda antiga: caneta e papel. Sentia saudade às vezes, é verdade, quando se metia no seu quarto e colocava as ideias no papel.

Tentou deixar seus pensamentos levarem-no longe. Pensou em outros mundo, pensou no seu passado, presente e o possível futuro.
Pensou como poderia agir para melhorar tudo aquilo. Em tudo que poderia ter feito. Todos pensam nisso num ponto da vida. Aquele era o dele.

A vida leva a gente por caminhos estranhos, a ponto de nos fazer perguntar o que é a vida afinal (?).
E todos perguntam isso também algum ponto de suas vidas.

Pensou na chuva que caia. Como queria estar embaixo dela, sentindo aquelas lágrimas da natureza esconder as suas. Pensou que quando o sol saísse, como que se sorrisse para o mundo e dissesse que estava feliz, ele pudesse fazer a mesma coisa.
Pensou em quando chegaria a noite, e quando iria querer sair para lugar qualquer; à lugar nenhum.
Pensou em todas as estrelas que veria. E todas aquelas que cairiam e ele contaria uma a uma.
Pensou no mar, no barulho das ondas. A Lua refletida no Oceano traria lembranças.
Pensou em todas aquelas caminhadas imaginárias que teve, e que por inércia não realizou. Todas aquelas conversar que planejou e não teve coragem.
Todos os textos que já tinha começado e sua cabeça não teve força para continuar.

Aquelas tardes no canto do quarto olhando para a parede e esquecendo de viver.
Tardes de pensamentos quase perdidos. Tardes perdido em pensamentos.

Olhava para folha digital em branco. Olhava para o nada.
Era nada.


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